11 de agosto de 2005

Ouvi-te chamar...

Ouvi-te chamar... desculpa, estava distraído. Não fui logo... Mas agora que descobri que estavas à minha espera (mas seria a mim que chamavas?), não poderia deixar de responder.

Falas que me chamavas porque procuras um interlocutor que ajude a passar a noite. Não te faltam amigos – mas queres uma conversa “diferente”, solta de tudo o que te rodeia. Compreendo-te. Tal como tu, também eu conversei com muitas pessoas, aprendi os nomes dos lugares, para onde correm os rios, com quantos prédios se faz uma cidade.
Tomei cafés acompanhado somente de um livro, e li apenas na presença de uma chávena e um pires. Estive na praia, e senti a diferença entre o molhado e o seco, entre o frio e o calor. Saltei ondas, e revolvi areias. Vi o nascer do sol. Assisti ao seu adormecer.

Talvez nos tenhamos cruzado alguma vez, não sei. Talvez tenhas sido aquela que me prendeu o olhar. Talvez tenhas passado despercebida. Nem sempre estive atento. Nem sempre estou atento.
No entanto, gostei de te ter "conhecido". Repeti as tuas palavras, em demorado murmúrio. Esbocei um sorriso. Gostei do que me disseste.

Diz-me onde é a tua porta, e a tua praia. Não saberei chegar lá sozinho. Até já...

R.


Navegando num mar de bits e bites, encontramos/esbarramos com muita gente. Nem todas nos “tocam” da mesma forma… nem todas nos prendem a atenção. Um dia, uma semana, um mês… uma pessoa dirige missivas a alguém que conheceu num mundo de teclas e monitores. Não sabemos o que essa pessoa respondeu… nem sabemos, sequer, se respondeu. Mas, se calhar, quem escreve procura também um reflexo de si – se calhar, vê na resposta do outro o que deseja ver…

Que resposta terá? Terá resposta?

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