Pelo escuro, avanço. Até um corredor onde devo esperar. Sons de erotismo. Vozes que me conduzem e embalam. Num corredor escuro. Onde espero. Ecos de pessoas. De cheiros. De sombras. Além, onde termina o corredor. De onde uma luz difusa me chama. A minha vez… nem sei de quê… mas a minha vez tarda. A curiosidade que me trouxe aqui é agora incerteza do que me espera. No fim do corredor. A meu lado, outros tantos esperam também a sua vez. Saberão eles mais que eu? Será a sua curiosidade alicerçada numa certeza que a mim me escapa? Hesito em perguntar. Vergonha ou não dar parte de fraco – talvez ambas, talvez a mesma. Não pergunto. Os sons de erotismo assumem agora uma tonalidade carnal. O suspiro é agora suor. Devo estar a corar. Não sei. Dou por mim a agradecer a semi-penumbra que me (nos) envolve. Mas a espera aumenta a ansiedade. Finalmente é-me pedido que escolha. Não pense – apenas escolha. Por impulso em vez de razão. Não me importo. Como se, neste momento, tivesse eu qualquer capacidade de racionalizar o que se está a passar. Mas pedem que opte. Loira, morena ou mulata. Desculpe? Baixa, alta ou nem por isso? Esquelética, obesa ou o que for? Sinto-me um talhante a negociar peças de carne. Não consigo evitar, no entanto, que a minha curiosidade se comece a impor à ansiedade e incerteza. Exibicionismo, sodomia ou sonhos molhados? Aceito o desafio… sou levado até ao fim do corredor. Na minha frente uma porta. Que se abre. Entro.
(continua…)
R.
3 comentários:
a mulata esperará...
bj meu
:$...então e o que havia lá dentro?
***
Loiras. Morenas. Mulatas. E sempre mulheres.
Beijo da Assistente, Rita.
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