30 de novembro de 2009

H & O. parte 2

// h & o // parte 1 //

CENA 1. da espera
Um espaço vazio. Não se percebe onde começa. Muito menos onde acaba. No centro uma cama. Velha. De ferro. Um único lençol largado em cima do colchão. Um lençol branco. Junto à cama um pequeno candeeiro de pé. Lâmpada azul. Apenas essa luz acesa.
Quase na penumbra, a um canto, está alguém sentado. Quase não se vê. Começa a notar-se que é uma mulher. Jovem. Cabelo compridos à frente da face. E um roupão - branco mas coçado. A cobrir o corpo.
A mulher trauteia uma melodia. Da espera.

CENA 2. do fim
Um espaço vazio. Não se percebe onde começa. Muito menos onde acaba. No centro uma cama velha, partida. Virada ao contrário. No chão está caído um lençol. Vermelho. De um lado da cama partida, um candeeiro. Partido. Mas a luz ainda funciona. Uma lâmpada azul. A única luz acesa.
Do outro lado da cama, um homem. Jovem. Sentado num colchão. Cabelo curto. Camisa coçada - calça negra.
O homem fecha os olhos. Acabou.

CENA 3. do começo
Um espaço vazio. No centro uma cama de ferro. Com um colchão. E um lençol branco. Junto à cama um pequeno candeeiro de pé. Lâmpada azul. A única luz acesa.
Deitados na cama, estão um homem e uma mulher. Jovens. Ela enrolada no lençol branco. Aparenta estar nua. Ele, deitado ao lado. De calça negra e tronco nú. Camisa largada no chão. Ela parece dormir. Ele, de olhos abertos, fixa o tecto.
O homem e a mulher não falam. Ainda não é tempo.

R.

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