Hoje comprei mais um livro teu. Quando os meus olhos se cruzaram com os teus - eu no meio de uma loja movimentada, tu na placidez das capas em que sempre ficaste bem - e reparei que «não, este ainda não tenho...», acho que aquela luz que só nós dois sabemos partilhar acendeu-se novamente.
Lembro-me vagamente do primeiro livro teu que "tresli" - desde esse momento, entraste na minha vida e tens sido um dos principais companheiros de viagem. Aliás, acho que, mesmo sem o saberes, foste tu que me disseste tanta coisa sobre o meu percurso... uma rota que não conseguia descrever, e que tu parecias já ter feito vezes sem conta. Ensinaste-me o ser reflexivo e solitário que todos temos - ou será que apenas nós anjos caídos (como sei que foste) gostamos de sorver as nossas energias da ausência e do íntimo isolamento?
Depois dessa primeira "conversa" contigo, quis descobrir-te mais, saber que outras histórias tinhas no teu caderno de anotações. E foi aí que me deste o teu maior presente. Nas minhas mãos o livro que se tornou a minha bíblia, o meu refúgio quando tudo me parece errado. Contaste-me a história de um homem que nasce e morre sozinho, que amou e foi amado como ninguém, que possuiu tanta coisa e no fim contentou-se com uma cadeira junto à janela. É certo que a minha viagem não tem sido totalmente como a de esse ser errante - a realidade nunca é tão completa como a ficção. Mas revi a minha alma na alma dele (na tua alma). Com esse livro consegui, finalmente, definir o meu amor pela noite, pelas sombras e sons da cidade que dorme. Foi esse livro que me fez sentir que queria algo mais para mim; não um emprego, não uma casa, não uma amante - mas sim uma essência, uma calma... um amor auto-suficiente. Com ele (contigo) senti-me mais próximo do meu propósito aqui, da razão pela qual as minhas asas escolheram esta cidade para repousar. Sei agora que quero... que necessito das multidões cinzentas da urbanidade de princípio-de-século, dos copos cheios de um qualquer elíxir, de olhar ao espelho e dizer: «mais uma noite sem dormir».
Por tudo isto, hoje escrevo com todos os teus livros em redor do teclado - hoje escrevemos juntos. Pode ser que um dia me sintas digno de conseguir chegar perto de ti, da tua forma sofrida de construires beleza e amor. Até lá, sorverei as tuas palavras vezes sem conta...
Obrigado Sr. Pidwell,
R.
Lembro-me vagamente do primeiro livro teu que "tresli" - desde esse momento, entraste na minha vida e tens sido um dos principais companheiros de viagem. Aliás, acho que, mesmo sem o saberes, foste tu que me disseste tanta coisa sobre o meu percurso... uma rota que não conseguia descrever, e que tu parecias já ter feito vezes sem conta. Ensinaste-me o ser reflexivo e solitário que todos temos - ou será que apenas nós anjos caídos (como sei que foste) gostamos de sorver as nossas energias da ausência e do íntimo isolamento?
Depois dessa primeira "conversa" contigo, quis descobrir-te mais, saber que outras histórias tinhas no teu caderno de anotações. E foi aí que me deste o teu maior presente. Nas minhas mãos o livro que se tornou a minha bíblia, o meu refúgio quando tudo me parece errado. Contaste-me a história de um homem que nasce e morre sozinho, que amou e foi amado como ninguém, que possuiu tanta coisa e no fim contentou-se com uma cadeira junto à janela. É certo que a minha viagem não tem sido totalmente como a de esse ser errante - a realidade nunca é tão completa como a ficção. Mas revi a minha alma na alma dele (na tua alma). Com esse livro consegui, finalmente, definir o meu amor pela noite, pelas sombras e sons da cidade que dorme. Foi esse livro que me fez sentir que queria algo mais para mim; não um emprego, não uma casa, não uma amante - mas sim uma essência, uma calma... um amor auto-suficiente. Com ele (contigo) senti-me mais próximo do meu propósito aqui, da razão pela qual as minhas asas escolheram esta cidade para repousar. Sei agora que quero... que necessito das multidões cinzentas da urbanidade de princípio-de-século, dos copos cheios de um qualquer elíxir, de olhar ao espelho e dizer: «mais uma noite sem dormir».
Por tudo isto, hoje escrevo com todos os teus livros em redor do teclado - hoje escrevemos juntos. Pode ser que um dia me sintas digno de conseguir chegar perto de ti, da tua forma sofrida de construires beleza e amor. Até lá, sorverei as tuas palavras vezes sem conta...
Obrigado Sr. Pidwell,
R.
Sem comentários:
Enviar um comentário