27 de novembro de 2006

Hoje de manhã

Hoje de manhã levantei-me
Hoje de manhã esqueci todos os sonhos que povoaram a mente na noite sem fim
Hoje de manhã olhei pela janela e vi que o dia estava cinzento e sombrio
Hoje de manhã recordei-me das tardes solarentas de verão, em que olhava o mar a brilhar debaixo de um calor (in)suportável
Hoje de manhã lavei a cara
Hoje de manhã pensei há quanto tempo não assisto ao nascer do dia
Hoje de manhã comi o aconselhado pequeno-almoço reforçado
Hoje de manhã descobri que também há natal na palestina, mas ninguém se lembrou de avisar
Hoje de manhã saí de casa agasalhado como o inverno impõe
Hoje de manhã vi as pessoas no seu burburinho matinal, automatizadas no hábito adquirido pelo cansaço
Hoje de manhã fui a pé para o trabalho, como sempre faço
Hoje de manhã quis deixar que a água da chuva me lavasse as ideias, mas não consegui
Hoje de manhã sentei-me à secretária e liguei o computador
Hoje de manhã esqueci-me das minhas asas em casa - não se dão bem com o frio
Hoje de manhã apresentei, discuti, argumentei... menti
Hoje de manhã lavei as minhas angústias com mais uma chávena de café açucarado
...
Hoje de manhã não estiveste perto de mim
Hoje de manhã senti a tua falta
Senti a tua falta todo o dia - senti a tua falta o resto da minha vida


R.

3 comentários:

rosa disse...

gostei muito do teu blog.

rosa disse...

eu adoro as manhas... sao minhas, o mundo é meu nas manhas.

angel_of _dust disse...

obrigado anjinha-flor:)

que as tuas manhãs sejam sempre limpas - e que as madrugadas sejam passadas aqui, neste meu poiso no cimo doi mais alto edifício da cidade que nunca dorme.