A ansiedade continua. Nunca o processo tinha sido assim tão díficil. Antes as ideias vieram de forma automática, quase imperceptível, e impuseram a sua vontade. As caixas do sonho... e as beatas do desespero. Bonecas e lobos... asas e desilusões. E agora tudo tão complicado - será suposto ser assim? Estará a grande ideia quase a nascer? Ou será este um sinal de que, desta vez, nenhum palco será pisado por palavras minhas?
Ponto 2. Hoje quero falar de memórias. Aliás, acho que quero sempre falar de memórias. De sonhos que se esfumaram no tempo. De ideais que tinham tanta força, mas que agora parecem apenas ter significado como história que se repete em tertúlias saudosistas. Quero falar de um passado recente, de uma luta que se perdeu. Das vitórias da esperança, que agora são meias-vitórias do comodismo. Reinvindicámos tanto, para nos bastar tão pouco. Perdemos a inocência em terras distantes, e vendemo-la aqui tão perto. Hoje quero falar de tanques nas ruas, de flores de comemoração... de um passado que se esfumou em memórias cinematográficas, mas já pouco sentidas. De trocarmos a pena e a palavra pelo microondas e o shopping. Hoje, acima de tudo, quero falar de tudo o que sonhámos, e trinta-anos depois desistimos de conseguir. As memórias de um ideal perdido.
Não me parece má esta ideia - anjo novo com memórias recentes, mas ainda não vividas.
R.
2 comentários:
a caixa dos sonhos é sempre o cinzeiro dos passos inventados... espero que sim, que as tuas palavras ecoem no teu espaço, para todos as receberem...
sim polegarzinha, realmente quanto mais passos damos mais os sonhos crescem e tornam-se complexos... nos últimos dias esta última "história" tem ganho prevalência sobre todas as outras -e, quem sabe, vá mesmo adiante - quem sabe?
acho que já me fazia falta voltar a esta caixa dos sonhos - tanta coisa se passou desde a última vez...
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