Sessenta anos. Uma vida. Para mim, que ando por aqui há bem pouco tempo, sessenta anos são realmente uma vida. Uma vida de pessoas conhecidas, de uns que chegaram e tantos outros que partiram. De trabalhos muitos, de preocupações e deveres. De amores alguns. Sessenta anos de memórias.
Sessenta anos passados. Um pai e duas mães - acontecimento raro porque os amaste a todos por igual. Um irmão emprestado, mas nem por isso menos amado. Uma infância que só conheço pelas imagens em que se dá a mão pequena ao pai alto. Em que se mascara em tempo de Carnaval. Ontem como hoje. Uma adolescência de estudo. Mais de traços e números que de letras. E um final de juventude onde os interesses se viraram mais para o sul. Das planícies ensolarados chegaram os olhos verdes que prenderam. Até hoje. E, depois da conquista, o enlace. Em princípios de águas mil, uma nova história, ainda sem desfecho, se inicia. E etapa natural ou desejo de prolongar o nome, deitaste semente em terreno fértil. A unidade de uma vida junta a outra multiplicou-se em dois seres a florescer. Saber criar e, principalmente, saber amar. Dar bocados de si a quem ainda não tem memórias para guardar. Sorrir que preciso. Repreender quando necessário. Chorar umas poucas vezes quando inevitável. Educar, ensinar, proteger, ajudar - todas as palavras são conhecidas e oferecidas de coração aberto. A mão forte, mas amiga, leva os seus rebentos até eles já lá não caberem. Oferecê-los a quem os souber cuidar. Amar a quem chega de novo, como se de paixão antiga se tratasse. Repousar porque é tempo disso. Mas a mesma virtude e empenho. Nova vida para quem ainda tem muito para criar. E partilhar.
Sessenta anos para vir. Ou os que forem. Estar ao lado de quem ainda precisa tanto de um ombro amigo. Amar a quem pede amor e amparo. Nova etapa. Mais liberta, menos pesada, mas não menos saborosa. Redescobrir memórias e recriá-las a seu bel-prazer. Sair da pacatez do sofá e abraçar o mundo lá fora. Tanto ainda a chegar. Novas histórias ara contar aos que ainda virão.
Sessenta anos. Para mim, que cá estou há tão pouco tempo, estes sessenta anos são uma imagem do que quero para mim. E que melhor reflexo, que melhor exemplo, do que o de alguém que sempre esteve comigo quando precisei. Que sempre apareceu e acendeu a luz, bastando para isso chamar o seu nome - não aquele que lhe foi dado à nascença, mas o que me habituei a usar como signo de segurança: pai.
Sessenta anos. Que muitos se sigam. Parabéns pai.
R.
Sessenta anos passados. Um pai e duas mães - acontecimento raro porque os amaste a todos por igual. Um irmão emprestado, mas nem por isso menos amado. Uma infância que só conheço pelas imagens em que se dá a mão pequena ao pai alto. Em que se mascara em tempo de Carnaval. Ontem como hoje. Uma adolescência de estudo. Mais de traços e números que de letras. E um final de juventude onde os interesses se viraram mais para o sul. Das planícies ensolarados chegaram os olhos verdes que prenderam. Até hoje. E, depois da conquista, o enlace. Em princípios de águas mil, uma nova história, ainda sem desfecho, se inicia. E etapa natural ou desejo de prolongar o nome, deitaste semente em terreno fértil. A unidade de uma vida junta a outra multiplicou-se em dois seres a florescer. Saber criar e, principalmente, saber amar. Dar bocados de si a quem ainda não tem memórias para guardar. Sorrir que preciso. Repreender quando necessário. Chorar umas poucas vezes quando inevitável. Educar, ensinar, proteger, ajudar - todas as palavras são conhecidas e oferecidas de coração aberto. A mão forte, mas amiga, leva os seus rebentos até eles já lá não caberem. Oferecê-los a quem os souber cuidar. Amar a quem chega de novo, como se de paixão antiga se tratasse. Repousar porque é tempo disso. Mas a mesma virtude e empenho. Nova vida para quem ainda tem muito para criar. E partilhar.
Sessenta anos para vir. Ou os que forem. Estar ao lado de quem ainda precisa tanto de um ombro amigo. Amar a quem pede amor e amparo. Nova etapa. Mais liberta, menos pesada, mas não menos saborosa. Redescobrir memórias e recriá-las a seu bel-prazer. Sair da pacatez do sofá e abraçar o mundo lá fora. Tanto ainda a chegar. Novas histórias ara contar aos que ainda virão.
Sessenta anos. Para mim, que cá estou há tão pouco tempo, estes sessenta anos são uma imagem do que quero para mim. E que melhor reflexo, que melhor exemplo, do que o de alguém que sempre esteve comigo quando precisei. Que sempre apareceu e acendeu a luz, bastando para isso chamar o seu nome - não aquele que lhe foi dado à nascença, mas o que me habituei a usar como signo de segurança: pai.
Sessenta anos. Que muitos se sigam. Parabéns pai.
R.
1 comentário:
Ora então, os votos de um feliz aniversário ao anjo-mor. Conhecendo os rebentos aos quais deu origem, parece-me ser um anjo com muitos quilómetros já nas asas, mas concerteza com muitos mais ainda para dar.
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