12 de maio de 2008

Noite de maio - 1ª parte

Somos feitos de tristezas. E de mágoas. Eu, pelo menos, sou. A felicidade ou rasgos dela, vamos acrescentando e acumulando. Aquecem em noites de Inverno. Mas as tristezas, que tentamos esconder a todo o custo, é que nos vão moldando. E nos fazem evoluir. É triste (curioso...) dizer isto, mas é verdade. Por mais alegrias que tenhamos, são as infelicidades - pequenas ou fulminantes - que nos fazem avançar. Os momentos bons dão-nos prazer, é certo, e um sorriso efémero. Mas o sofrimento liberta em nós uma necessidade de criar, de construir - de superar. Só com a lágrima emergente, a alma se solta. E se expõe. Nunca me apeteceu tanto dizer coisas interessantes de que quando me senti em baixo. Será uma questão biológica, hormonal? Ou será que a necessidade de isolamento que o infortúnio traz nos impele a virarmo-nos para nós próprios - e, consequentemente, a estarmos mais alerta do que sentimos e pensamos? Não sei...

R.

1 comentário:

A disse...

A tristeza ou magoas e até mesmo as infelicidades que nos corroiem a alma, têm pelo menos esse bem...fazem-nos pensar, pensar mais, sentir mais, definir emoções e sensações. Mas os momentos de felicidade também fazem falta, nem que sejam apenas momentos que nos aqueçam a alma para mais uma vaga de tristeza. Desejo-te muitos momentos felizes, mas se é na tristeza e na mágoa que escreves tão belas palavras...que seja que eu já tinha saudades de te ler.
Beijinho