26 de janeiro de 2006

Amanhã saberei

Amanhã, não será apenas mais um dia. Amanhã, sem marés a interpor-se, estaremos frente-a-frente… estaremos à distância de um abraço ou de um beijo, ou apenas de um cumprimento seco. Que esperar? Poderá a excitação de um primeiro encontro superar toda a cumplicidade criada em tantos outros tidos com o monitor como vela?

Não sei que te direi, que ainda te não tenha dito. Espero não afundar o meu navio, logo agora que o julgava em rota acertada. Se te pareci confiante nas nossas viagens conjuntas, desengana-te!: acabo de esquecer tudo, como um menino-cábula que por não estudar suficiente, tem uma "branca" na hora do exame. Temo que esta nova imagem que terás (verás) de mim não corresponda à que tu já conheces… mas crê que é somente por inabilidade minha, e que quero ser tudo o que imaginaste.

Como seremos daqui para a frente? A nossa viagem tomará nova rota, bem sei – teremos novas cartas de marear, quem sabe mesmo novos barcos. Espero é que não esqueças o mar que nos uniu: é para esse que quero sempre retornar. É nele que consigo espelhar o meu – o nosso – reflexo. Tem sido esse reflexo que me acompanha as noites há… há quanto tempo mesmo? Já não sei. Todo o tempo desapareceu, porque há muito que o deixei de contar… Mas esta nova contagem que me trará?

Amanhã saberei… à hora marcada – no local marcado…
E, no entanto, sinto como se apenas fosse reencontrar alguém que por demais conheço, e com quem partilho inúmeras estórias. Se assim for, tudo será mais fácil. Se não, talvez ganhes (ganhemos) vontade de nos (re)conhecer novamente... quem sabe?

Amanhã finalmente saberei…

R.

2 comentários:

Anónimo disse...

Frente a frente... não sei.
Lado a lado, sempre.

angel_of _dust disse...

... de costas para a cidade - de frente para o rio