E, afinal, o mundo não ruiu... embora tenha ficado um pouco tremido. Se calhar, o meu problema é achar que a vida seria ou tudo ou nada - preto ou branco. A vida é cinzenta, prateada com reflexos de sol, mas também contrastes de lua. A vida é o que é... e não há nada que possa possamos fazer quanto a isso. Esperamos grandes decisões quando temos boas ideias, e grandes derrocadas quando surgem problemas de maior dimensão. Mas nem as terras se vão com um dilúvio, nem as decisões são sempre determinantes: na maior parte das vezes, a vida não passa de pequenas cheias e rotineiras decisões.
Há dias assim. Dias em que se julga que tudo vai acabar, dias em que se constata que não é bem assim. Enfim, há dias e dias - e nós cá vamos andando, ao sabor de uma corrente que não conseguimos prever.
R.
5 comentários:
Disseste "a vida é cinzenta"? ;))
Espero que o mundo não tenha mesmo desabado e que não te tenham tirado as tábuas do palco de debaixo dos pés. Sei o que elas devem significar para ti.
E sim, o desejo de fazer reset também acontece episodicamente por aqui.
Um grande abraço.
nuno: abraço deste lado da barricada lol... não é um tombo totalmente meu - apanho é com algumas ondas de choque :|
Saberei eu que tábuas são essas, que tão esquivas se tornaram?
Que forças ocultas manobram na sombra, sem descanso e sempre vigilantes?
Que a esperança possa voltar, quando soarem as Janeiras...
Um abraço.
as tábuas não nos pregam partidas dessas. as tábuas são a única constante. são a constante na teoria do caos. as variáveis são quem as pisa conosco e pode pregar-nos uma rasteira. o consolo? o cheiro do pó do palco.
big-brother: a auto-renovação da esperança é uma capacidade inata do ser humano... o problema é que não é uma energia inesgotável (e, naquele dia, o ponteiro bateu bem no vermelho).
polegar: sim, o problema nunca são as tábuas, refúgio último de todas as angústias e desabafos - o problema é quem insiste (por perfídia ou por "mera" ignorância") em esquartejá-las, cada quartelada para seu lado.
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